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Se o Desperdício Alimentar Fosse um País

Se o Desperdício Alimentar Fosse um País

No último ano o desperdício alimentar tem sido alvo de várias campanhas e iniciativas de sensibilização, contudo os seus números ainda não mudaram.

De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC) 25 a 30% das emissões mundiais são produzidas apenas pelo sistema alimentar, e pelo menos 10% podiam ser evitadas, pois são emitidas durante a distribuição e o consumo. Em termos comparativos se o desperdício alimentar fosse um país seria o terceiro maior emissor de gases com efeito de estufa, logo a seguir à China e aos Estados Unidos da América.

Estima-se que os países industrializados desperdicem cerca de 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos por ano. Quantidade que seria suficiente para alimentar todas as pessoas que passam fome em todo o planeta.

Em Portugal, apesar de não existirem estatísticas concretas, estima-se que mais de um milhão de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente. Estes alimentos, provavelmente, seriam suficientes para alimentar os 360 mil portugueses que se encontram em situação de carência alimentar.

É fulcral e urgente uma mudança no nosso consumo. De modo a reduzirmos o impacto da nossa alimentação devemos:

- ter conhecimento sobre os alimentos que se encontram em época

- procurar receitas para utilizar todas as partes dos alimentos que planeamos comprar

- planear todas as refeições a cozinhar e a conservar

- comprar em produtores locais e apenas na quantidade necessária

- compostar todas as partes não aproveitáveis dos alimentos utilizados

- utilizar o composto criado para plantar o máximo de alimentos possível.

Mudar a nossa rotina é sempre assustador, mas na realidade esta alteração é benéfica a vários níveis. Os alimentos de época são mais nutritivos, quando pesquisamos receitas tendemos a escolher opções mais saudáveis, quando planeamos devidamente as refeições enchemos o congelador ou a despensa e poupamos dinheiro. Esta rotina contribui ainda para ajudar os produtores locais e possibilita-nos a alegria e a mais-valia de provar os alimentos que semeamos.

Vamos a mais uma mudança? Por um futuro sem desperdício.