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Factos e mitos sobre a água da torneira

Factos e mitos sobre a água da torneira

De acordo com os dados divulgados pela APIAM (Associação Portuguesa dos Industriais de Águas Minerais Naturais e de Nascente) Portugal é o quarto país da Europa com maior consumo de água engarrafada. Este consumo acarreta alguns problemas ambientais sendo um dos principais a enorme quantidade de energia e de plástico necessária para todo o embalamento, engarrafamento e distribuição dessa mesma água. Em 2019 foram produzidas 911 milhões de embalagens de plástico e 24867 toneladas de resíduos de plástico apenas relacionados com a comercialização de água engarrafada. Assume-se que cada português produz anualmente cerca de 2,4 Kg resíduos de plástico resultantes apenas deste consumo!

Mas temos uma solução simples e económica diariamente disponível em nossas casas: a água da torneira.

De acordo com dados fornecidos pela ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos) a percentagem de água segura em Portugal continental é de 98,63%, um valor considerado de excelência. Desta forma a água da torneira pode, e deve, ser consumida em alternativa à água engarrafa que apresenta uma pegada tão pesada para o ambiente.

Neste sentido dedicamo-nos hoje ao esclarecimento de alguns mitos sobre a água da rede pública:

- pode ser consumida diretamente, não necessita de nenhum sistema de filtração pois é equilibrada e satisfaz as nossas necessidades diárias de sais minerais;

- é tão saudável ou segura quanto a água engarrafada e é mais barata;

- o cloro presente na água é controlado ao pormenor para que permita que a água seja consumível mas não provoque riscos para a nossa saúde, desta forma a água da torneira torna-se totalmente segura;

- o cloro pode sentir-se no cheiro da água mas tal não a torna insegura para beber. Basta deixar a água repousar por 30 minutos ou guardá-la no frigorífico em embalagem fechada para depois consumir;

- a água da torneira apresenta um sabor diferente da água engarrafada e é diferente de local para local dentro do nosso país, tal deve-se à sua composição em sais como o cálcio, o magnésio, o sódio e o potássio. O mesmo acontece com as águas engarrafadas, diferentes fontes de captação de água vão apresentar diferentes sabores;

- a água da torneira por vezes apresenta-se esbranquiçada mas tal não significa que não se encontra segura, a cor apenas reflete a presença de ar dissolvido na água que, deixando a água repousar um pouco irá desaparecer;

- por vezes a água tem uma cor castanha ou avermelhada e nessas alturas não deve ser consumida nem deve ser usada para as atividades diárias como a lavagem de roupa. Normalmente são situações esporádicas que conduzem à presença em excesso de ferro e manganês e deve deixar-se a água correr até que a cor normalize para depois beber;

- a água da torneira pode apresentar vestígios de medicamentos tal como a água engarrafada, uma vez que esses valores têm sido observados na água superficial e subterrânea de Portugal. Os sistemas de tratamento de água para consumo estão sempre a evoluir para tentar solucionar os problemas com que se deparam, contudo cabe-nos a nós cidadãos dispor corretamente dos medicamentos em final de validade (já aqui abordamos esta problemática anteriormente);

- para transportar água da torneira para o seu dia-a-dia deve utilizar garrafas reutilizáveis, preferencialmente de vidro ou metal, por serem mais fáceis de higienizar e não possuírem substâncias nocivas. Não é considerado seguro reutilizar garrafas da água engarrafada.

Esperamos que com esta partilha de conhecimento mais portugueses adiram ao consumo de água da torneira da rede pública, pois o seu consumo é fundamental para a proteção e conservação de um dos recursos mais valiosos do nosso país e planeta.

Por um futuro com água.

Pode ainda saber mais sobre este tema aqui: https://aguadatorneira.pt/